quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Renovado, Pajero TR4 fica mais potente


O utilitário esportivo da Mitsubishi de menor porte já é um velho conhecido. Chegou como importado em 1998 atendendo pelo nome de Pajero iO. Em 2002, virou nacional, passou pelo primeiro facelift e se tornou TR4. Foi em 2006, no entanto, que o SUV ganhou a cara que tinha até agora, com farois e lanternas circulares. Como uma reformulação era necessária, a fabricante resolveu ir além de troca de para-choques e conjunto óptico para dar uma nova cara ao menor dos Pajero.


A nova ‘geração’ vem com centro triangular na grade, seguindo o padrão da marca. Os farois são emprestados da antiga Airtrek. O para-choque também é novo e passa a integrar as luzes de neblina. As laterais ganharam um desenho mais limpo, sem um dos vincos que atravessavam a carroceria. As rodas de 17 polegadas entram no lugar das antigas de 16. A traseira tem clara inspiração no Land Rover Freelander II, com lanternas altas e pequenas, além de estepe deslocado para a direita.


Por dentro, tudo novo. Painel completamente remodelado, novos grafismos e revestimentos. Há mudanças também nos forros das portas, que mantêm um bom padrão de acabamento. Como nem tudo são flores, o espaço interno continua sendo o calcanhar de Aquiles do Pajero TR4, principalmente para quem vai no banco de trás, sem muito conforto para pernas e ombros.


Motor fica mais potente e apto para o álcool

Além da estética, a Mitsubishi também investiu em alterações mecânicas. O propulsor de 2,0 litros 16V flex rende 140 cv com álcool e 135 cv com gasolina a 5.500 rpm. O antigo ficava em 133 cv e 130 cv, respectivamente. O torque máximo é atingido aos 4.500 giros com álcool, com força de 22 kgfm. Com gasolina, o expoente acontece aos 2.250 rpm com força de 20 kgfm.


As mudanças podem ser atribuídas ao novo desenho do pistão, que aumenta a taxa de compressão para 11:1, contra os 9,5:1. Com isso, o motor passa a render melhor com combustível vegetal e, segundo a Mitsubishi, o Pajero TR4 fica 5% mais econômico.

O ponto alto do SUV, no entanto, foi mantido: a tração chamada pela fabricante de Super Select 4WD, que conta com quatro opções de engate. A 4x2 mantém a força no eixo traseiro, o 4x4 contínuo ajuda em situações como asfalto molhado para dar maior aderência, 4x4 com bloqueio de diferencial para trilhas leves e 4x4 com bloqueio e reduzida para sair de lamaçal. O único pênalti é o engate por alavanca, dura e pesada. Um seletor eletrônico seria bem-vindo.


Bom na terra, falta conforto no asfalto

Andando com a nova versão do Pajero TR4 na cidade, sob chuva incessante, foi fácil perceber que o habitat natural do SUV é mesmo a terra. Ele passa com desenvoltura por obstáculos e lamaçais, com o mínimo de perda de aderência. A suspensão faz bem seu trabalho, apesar de ser até um pouco dura. Quem mais sente é, de novo, quem vai atrás.


O ganho de torque foi providencial para dar mais pique ao motor em situações difíceis e não é preciso levantar muito o giro para seguir caminho. A direção, hidráulica de série, ajuda bem em manobras e a posição de dirigir é alta e agradável para este tipo de carro.

É na hora de enfrentar o asfalto que o Pajero TR4 peca. Falta força para embalar e o câmbio automático, na versão avaliada, parecia caçar marcha a todo o momento. A caixa tem quatro velocidades, sendo a última usada como overdrive, função que pode ser ligada ou desligada por um botão na alavanca. A suspensão, dura na terra, faz o motorista sentir todas as imperfeições do asfalto e a trepidação pode incomodar depois de um longo percurso.

Mercado

A Mitsubishi espera colocar cerca de 1.000 unidades por mês do carro nas ruas, o que representa de 25% a 27% de suas vendas. Apenas 20% desses devem ser da versão GLS, que custa R$ 65.550, já com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico e airbag duplo. A top com câmbio manual (MT) fica por R$ 68.990 e acrescenta freios ABS com EBD (distribuidor eletrônico de frenagem). A automática (AT) sai por R$ 71.990. O único opcional são os bancos de couro.

Fonte: icarros