Em forma de gota, carro é tradução absoluta da aerodinâmica
Antes da Segunda Guerra Mundial, em 1939, os automóveis eram caros e exclusivos. Cada detalhe da carroceria, acabamento e motorização poderia ser customizado conforme o gosto do seu cliente.
Os carros de Emile Delahaye pertencem a este legado, e o modelo 135 é a tradução absoluta da aerodinâmica e a exclusividade sobre rodas.
O modelo 135 foi construído sobre um chassi conhecido como Competition Court, usado em carros de corrida da época. Como a marca Delahaye era conhecida entre os pilotos, a idéia era oferecer um carro que tinha desempenho esportivo com um design muito avançado.
Exclusivo desde o projeto
Nas pranchetas de Joseph Figoni nasceu o desenho do modelo 135. Inspirado na velocidade e na forma de uma gota d’água, o novo carro trazia inovações como fendas em formato de bumerangue, em toda a carroceria. As tomadas de ar, grade e também os faróis se integravam de maneira perfeita ao desenho do carro.
Os pára-lamas, grandiosos na dianteira e mais contidos na traseira, escondem as quatro rodas guarnecidas por uma peça cromada que mais parece um arpão.
O modelo também trazia pára-brisa escamoteável, para ser usado nos dias de verão, e teto solar deslizante, diferente dos modelos que tinham apenas uma tampa superior para auxiliar na ventilação ou ainda do sistema retrátil, feito em couro apoiado por um trilho, que era usado nos modelos mais simples.
Início ou fim do Delahaye 135
O primeiro a encomendar um Delahaye 135 foi o empresário parisiense Mr. Jeancart, um aficionado por corridas, que ficou atraído pelo estilo extravagante do carro. Depois dele, outros carros foram montados como modelo 135, porém com acabamentos diferenciados, e nenhum outro recebeu a combinação da cor preta com as peças cromadas, como o exemplar de Jeancart. Em 1936 o industrial foi buscar o carro na cidade de Tours, onde funcionava a fábrica da Delahaye. Jeancart venceu o Grand Prix de 1936 a bordo do seu novo automóvel e nos anos seguintes, a notoriedade ajudou a impulsionar as vendas do modelo 135, que poderia ser encomendado como conversível, com faixas coloridas (e não mais cromadas) e até em combinação de cores claras, o que era visto como inovação na época.
No dia 10 de maio de 1940, após a invasão da França pelas tropas nazistas de Hitler, a Delahaye foi forçada a fechar suas portas para encomendas particulares. Na época, os carros da marca eram muito cobiçados já que desde 1936, vários pilotos venceram o Grand Prix pilotando veículos Delahaye. No ano da ocupação, foram construídos mais de 100 carros para o governo francês. A produção só voltaria em 1945, inclusive o 135 em outras configurações de cores, acabamento e motorização, e duraria até 1954, quando o governo criou altos impostos para os carros de luxo, o que inviabilizou sua produção.
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